A apresentação de
Peter Jackson do material filmado a
48 quadros por segundo de
O Hobbit causou estranheza e opiniões divididas na
CinemaCon,
convenção para exibidores que acontece em Las Vegas nesta semana. Um
filme normal apresenta 24 quadros por segundo. O cineasta aposta no
formato (que exigirá adaptações do circuito exibidor ) da mesma maneira que
James Cameron apostou no 3D em
Avatar.
Nossos parceiros do
Collider aprovaram o conteúdo, mas não têm certeza sobre o novo formato: "
Admito
que o filme é uma mudança radical do que eu esperava, vai polarizar o
público. A primeira coisa a se saber é que o Hobbit parece brilhante.
Jackson nos mostrou 10 minutos do filme, com Bilbo e Gollum se
preparando para um jogo de charadas, Gandalf, Orlando Bloom como
Legolas, os anões e o grupo atravessando o topo das montanhas, muita
ação e muitos outros rostos retornando. Além disso, o 3D parecia ótimo
e os 48 quadros por segundo realmente diminuem o esforço para os olhos.
Essas são as boas notícias".
"A má notícia é que os 48 quadros por segundo são tão chocantes
que não sei se o público em geral vai gostar. Enquanto penso que a
imagem melhorará até o lançamento, ver essa prévia foi como olhar para
a vida real em uma tela de cinema - e não de uma forma boa. Você não
tem mais um "borrão" dos movimentos. Você não pode mais esconder coisas
no escuro. Assistir a Bilbo lutar com os trolls (o que parecia
incrível), não se parecia com nada com nada que já eu já tenha visto
projetado. Salvo que os efeitos visuais e a luz ainda não foram
totalmente finalizados, foi uma mudança tão grande que, ao final da
apresentação, eu não tinha certeza se queria assistir todo o filme no
formato de 48 quadros por segundo. Isso realmente não era o que eu
esperava dizer. No final, o Hobbit apenas não parecia algo
cinematográfico, mas TV em alta definição. Talvez filmando em 48
quadros e depois projetando em 24 quadros por segundo resolva o
problema. Quem sabe".
Já o
The L.A Times deu ênfase ao aspecto "televisão de alta definição" das imagens:
"Uma dramática tomada aérea das montanhas parecia mais clara que as imagens da maioria dos documentários sobre a natureza.
Mas o efeito é diferente quando aplicado às cenas com atores vestidos
em roupas de época, cujos movimentos - e poros - eram claros como
cristal. 'Parecia com um filme feito para a TV', disse um projecionista
que pediu anonimato por conta da sua afiliação com um estúdio
concorrente. Era muito preciso - muito claro. A taxa de contraste ainda
não estava lá - tudo parecia muito claro ou muito escuro".
Um comprador de Los Angeles declarou ao
L.A. Times que a grande questão é "
se
o público quer ver filmes que pareçam reais ou não. Eu esperava uma
diferença sutil, mas isso foi dramático. Isso pode funcionar contra a
narrativa? Eu não sei. Mas não vou julgar o filme baseado em 10 minutos".
Para o
The Wrap, o excesso de realismo em
O Hobbit parecia ter mais impacto como uma novela do que um filme grandioso como
Avatar. Ainda assim, "
há
muito para os fãs saborearem. Contudo, a riqueza da imaginação de
Jackson, embora bela, foi marcada pois os 48 frames por segundo
tornaram cada cena nítida demais, se é que isso é possível. Parecia
mais real, real demais, para ser exato. Ao invés de uma experiência
cinematográfica imersiva, a Terra Média parecia filmada de uma
encenação ao vivo".
Outros sites também, como
First Showing e
Bad Ass Digest,
tocaram na mesma questão do estranhamento causado pelo excesso de
realismo das cenas. Ou seja, talvez os 48 quadros por segundo não sejam
o futuro do cinema com James Cameron
defendeu na CinemaCon do ano passado. De toda forma, como frisado em
quase todas as impressões, Peter Jakson ainda tem muito trabalho pela
frente na pós-produção do filme.
Leia a defesa de Peter Jackson aos 48 quadros por segundo
A primeira parte de
O Hobbit - Uma Jornada Inesperada (
The Hobbit - An Unxpected Journey) - estreia em 14 de dezembro de 2012 e o segundo,
The Hobbit - There and Back Again, em 13 de dezembro de 2013.
Fonte: http://omelete.uol.com.br/
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